EPOPEIA ITALIANA – nosso caminho de volta

Cidadania Italiana – um direito, um objetivo

Era uma manhã de abril de 2012. Nossas férias tinham acabado de acabar. Voltávamos de 12 dias em Londres e Paris, uma viagem cheia de descobertas e emoções. Tínhamos todos uma única certeza: voltaríamos para a Europa, mas para ficar. Descobrimos nosso lugar no mundo, agora começaríamos a caminhada para fazer tudo legalmente, como cidadãos europeus. Sou descendente de italianos e sempre soube que tinha direito à cidadania, mas era algo bem distante, que volta e meia passava por minha cabeça mas que eu nem sabia por onde começar. Agora havia um motivo. Ou melhor, dois – Elisa e Luisa. E ia correr atrás. Mas continuava sem saber por onde começar.
epopeia italiana
Meus dois motivos
Naquela manhã fui ao consultório de uma médica obstetra pois queríamos encomendar um herdeiro, macho! E a tal médica era craque em facilitar as coisas na escolha do sexo (hahaha, a Maísa foi mais craque!!!). Usando as técnicas dela, as chances de ter um menino subiam de 50% para 70%. Os 30% ganharam, a Maísa é linda e perfeita e não troco ela por 70 meninos. Mas vamos voltar à consulta.
epopeia italiana
Os 30% mais lindos que eu já vi na vida!
Chegando no consultório, logo de cara vejo, na porta, as inscrições dos profissionais que atendiam ali. Um me chamou a atenção. Mesmo sobrenome que o meu – Pozzer. Entrei já nem pensando tanto na tal médica, mas mais curiosa em saber quem era o tal parente, se era distante, se conhecia alguém ligado a mim. Por sorte ele já havia chegado e logo me atendeu. Que feliz coincidência! Não, coincidência não. Eu não acredito em coincidências.
Começamos a conversar e ele logo se lembrou de mim, de quando esteve na minha casa e eu tinha uns 7 anos. Minha avó acabara de falecer. Eu o recebi falando da vovó que estava no céu e ele guardou pra sempre aquela menininha tão triste na memória. Ficamos muito felizes com este encontro, começamos a falar de tantas coisas da família e de parentes e, conversa vai, conversa vem, comentei que estava chegando da Europa e que queria fazer minha cidadania mas não sabia nada de nada. E que o mais difícil seria saber onde o meu bisavô (o mesmo dele) havia nascido na Itália.
Então, ele me olha e diz: “Tu não precisas procurar. Estive na Itália há alguns meses e busquei a certidão do nono. Está comigo. E o casamento e o óbito também”.
 
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Que linda!!! A certidão de batismo do bisnono!
Que incrível coincidência???!!! Não!!! Eu não acredito em coincidências. Eu acredito em Deus e como Ele faz as coisas acontecerem de uma forma fantástica!!!
Eu ali, diante de um primo que nem me lembrava que existia, para uma consulta com uma médica que ia me ensinar a fazer um filho homem (mas que eu tenho certeza que Deus já sabia que ia ser mulher, então eu nem precisava estar ali!), sonhando com minha cidadania italiana mas totalmente sem rumo e, do nada, caem do céu, no meu colo, os documentos que são os mais difíceis de se encontrar!
Dio Santo!!! Quanta felicidade!!!
Bom, nem preciso dizer que desde este dia comecei minha busca a todos os outros documentos, a montar meu processo, pesquisar, me familiarizar com o mundo da cidadania italiana. Não sou craque como muitos que trabalham só com isso, mas depois de tanta pesquisa e informação, posso dizer que aprendi um bocado. E aprendi coisas que nenhum blog ou site me ensinou. Coisas que tive que descobrir sozinha, bisbilhotar, furungar. Muito já chorei e muito já sorri nestes três anos. Neste meio tempo tive a Maísa e parei com todo o processo por mais de uma ano. Mas agora estou na reta final. Arrumando as malas para conhecer a tão sonhada Itália. Fazer o caminho de volta.
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Caminho que meus bisavós fizeram há 130 anos.
E aqui quero dividir esta epopeia com vocês…

 

 

 

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