Santiago de Compostela, o fim do caminho

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Santiago de Compostela, o fim do caminho como é conhecida, por ser o ponto de encontro de todos os peregrinos que percorrem os vários Caminhos de Santiago. O terceiro maior ponto de peregrinação do mundo, depois de Roma e Israel. Cidade que ouvia falar desde a adolescência, graças ao livro de Paulo Coelho e que jamais pensei que iria conhecer antes de vir morar na Espanha.

Santiago de Compostela o fim do caminho
Catedral de Santiago

Santiago de Compostela é a capital da Comunidade Autônoma da Galícia, no noroeste da Espanha. Tem um idioma co-oficial que é o Galego e que se parece bastante com o português. Supostamente aqui está enterrado o Apóstolo Santiago.

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Foi uma viagem que fomos deixando pra depois, sempre aparecia alguma outra cidade que ganhava a prioridade e somente depois de 8 anos morando aqui é que decidimos ir. Não tinhamos muito tempo, mas a verdade é que Santiago não é uma cidade que necessita vários dias para se conhecer.

Fomos em 3, a chavalita, Vlad e eu em março de 2023. E em agosto de 2024 voltamos com toda a família porque a Elisa queria muito conhecer. Um a dois dias são suficientes se você quer conhecer o principal, sentir como as coisas funcionam por lá, visitar pontos turísticos, comer uma boa comida galega e encontrar com vários peregrinos.

Aliás, são eles que chamam mais atenção pelas ruas da cidade. Grupos grandes ou pequenos, solitários ou casais que, depois de muitos dias e quilômetros completam a jornada. Não tem como não se emocionar com eles!

Santiago de Compostela durante o ano

Quando fomos em março estava frio, então não se via tantas pessoas por muito tempo nas ruas. A cidade não estava cheia e conseguimos visitar todos os locais sem fila nem aglomerações. Porém em agosto foi tudo bem diferente. A Catedral de Santiago, que na primeira vez entramos sem problemas, dessa vez ficamos uma hora na fila. Tentamos entrar na missa do peregrino, mas foi impossível. É preciso chegar bem antes do horário pra conseguir entrar.

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A cidade funciona em função dos peregrinos, por isso não é uma cidade cara nem em termos de hospedagem nem alimentação. Tem uma grande quantidade de hotéis e pousadas, muitos exclusivos para acolher os peregrinos. Existe a parte antiga, o centro histórico, que é super bonito e gostoso de passear. Mas como a maioria das cidades na Espanha, existe a parte nova e moderna da cidade, com lojas, hotéis e restaurantes de rede.

Com ruazinhas mais estreitas no centro histórico, a grande jóia de Santiago é sua catedral.

Construída em 1075 em estilo românico, as várias reformas unem diversos estilos arquitetônicos além desse, como o gótico, o barroco e neoclássico. O Pórtico da Glória é a entrada principal, construída em 1188 pelo Mestre Mateo. Duas centenas de imagens do apocalipse compõem a fachada. A imagem do Apóstolo Santiago se destaca dando as boas-vindas aos peregrinos. A fachada da praça do Obradoiro é considerada uma das expressões máximas do barroco espanhol.

O altar principal também é de estilo barroco, e debaixo do altar podemos chegar à cripta do Apóstolo Santiago. Sempre tem alguma fila pra visitar a cripta, mas na época de férias a fila é beeeem grande. E não adianta, não tem fura fila, tem que esperar como todo mortal! Em março levamos 5 minutos, em agosto 20. Se quiser assistir a missa do peregrino chegue antes das 9:30h, 12h ou 19:30h.

A Praça do Obradoiro é onde todos os peregrinos se encontram. É literalmente o fim do caminho. E é super emocionante ver essa chegada. Alguns grupos maiores se abraçam, batem palmas, festejam. Imagina, dependendo do caminho de escolheram fazer podem estar a mais de 30 dias juntos!

Chegada dos peregrinos

Na praça também está a prefeitura e o palácio dos Reis Católicos, que hoje é um hotel Parador. Minha sugestão é dar a volta até chegar na Praça das Praterias. Se for verão talvez você encontre algum artista local fazendo show por ali.

Todas essas ruas e praças que contornam a Catedral tem prédios históricos, outras igrejas, monastérios, prédios da universidade de Santiago. Vale percorrer o entorno para conhecer esse lugares.

Santiago de Compostela

O Mercado de Abastos de Santiago é outro lugar que não dá pra deixar de fora. Pela manhã estão todos os postos abertos, onde encontramos uma imensa variedade de queijos (o Tetilla é típico da Galícia e eu acho delicioso), presuntos, frutas, peixes e carnes.

Próximo a hora do almoço você vai poder saborear o melhor da culinária galega no mercado. Além de uma tábua com os mais variados queijos, não deixe de provar o Pulpo à Galega (que por ali se chama Pulpo a Feira), as empanadas galegas, o Raxo que eu simplesmente amei, o cocido galego, lacón com grelos (estes dois últimos apetecem mais no inverno), a mariscada, afinal estamos na Galícia e óbvio, de sobremesa ou pra acompanhar um café, a Torta de Santiago!

Na minha opinião, chegando em Santiago pela manhã, passando o dia na cidade, passando uma noite para sentir como é a vida noturna local e indo embora no outro dia depois do almoço, você terá aproveitado bem. Mas claro, se tiver só um dia vai dar pra conhecer o mais importante.

Caso fique para passar à noite, cuide que muitos restaurantes fecham a cozinha mais cedo do que estamos acostumados em Madrid. Meia noite já será difícil encontrar cozinha aberta, principalmente nos meses de inverno. E o mercado também não abre à noite e aos domingos, somente alguns bares e restaurantes no entorno.

Para se locomover em Santiago a melhor coisa é andar a pé pelo centro histórico. Mas se precisar ir a locais mais distantes, ônibus e táxi são a solução. Para fazer a rota histórica também tem um trem turístico que faz um recorrido de 45 minutos e contempla vários pontos mais distantes do centro. A passagem custa 6 euros adulto e 4 infantil.

Saindo de Madrid tem trem de alta velocidade diariamente e a viagem dura cerca de 3:30h. A empresa que opera o trajeto atualmente é a RENFE.

Eu acho que Santiago é aquela cidade que, se tiver a oportunidade, deve-se conhecer. Não estou me referindo a jornadas espirituais ou religiosas, que tornam esse lugar quase que obrigatório. Mas em termos de visitar para conhecer simplesmente, uma vez e está visto.

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